quinta-feira, 28 de julho de 2011

TEMPO

Durante essa semana uma leitora do blog enviou-me a seguinte história:
Aconteceu num dia em que estava com minha filha no zoológico. Vi uma avó com uma garotinha cujo rosto era salpicado de sardas vermelhas e brilhantes. As crianças estavam esperando numa fila para que um artista pintasse suas faces com patinhas de tigre.
- Você tem tantas sardas que ele não vai ter onde pintar – um menino gritou na fila.
Sem graça, a menininha abaixou a cabeça. A avó ajoelhou-se perto dela e disse:
- Adoro suas sardas.
- Mas eu detesto, ela replicou.
- Quando eu era menina, sempre quis ter sardas, disse a senhora, passando o dedo pela face da neta. – Sardas são tão bonitas!
A menina levantou o rosto e disse:
- São mesmo?
- Claro – disse a avó. Quer ver? Diga-me uma coisa mais bonita que sardas.
A garotinha, olhando para o rosto sorridente da senhora respondeu suavemente.
- Rugas.
Junto com essa história veio a pergunta: Por que temos que envelhecer? Você poderia escrever algo a respeito?
Acredito que a velhice tem ou deveria ter um significado muito importante para todo ser humano, ela deveria nos fazer valorizar todos os momentos das nossas histórias e que as vivêssemos intensamente! Ao invés disso passamos a vida nos preparando para a velhice e quando ela chega ficamos pensando porque não aproveitamos a juventude.
Não desfrutamos a juventude porque ficamos olhando para as sardas e para as rugas como fossem defeitos e perdemos o melhor da própria história. Damos muita importância para o que pensam sobre nós, valorizamos os nossos medos e os alimentamos, com o tempo nos escondemos atrás das nossas inseguranças. E o que faz uma pessoa insegura? Obviamente procura por segurança, teme as mudanças e agarra-se a falsos portos seguros, deixando de viver. Torna-se escrava do trabalho, do status, da aparência, dos fanatismos e dos grupos sociais.
Envelhecer com prazer implica em fazer uma escolha determinante: Seremos pessoas corajosas ou pessoas medrosas? Uma escolha fatalmente exclui a outra! Os medrosos costumam ser críticos, repetitivos, tomam atalhos, temem os seus desejos e opiniões, erram e acertam pouco. Os corajosos assumem riscos, expõem-se sem temer os olhos alheios, são verdadeiros, erram e acertam mais porque vivem mais! Os medrosos passam pela vida, os corajosos imprimem ritmo à vida. Todo aquele que tiver o privilégio de viver mais tempo irá envelhecer, qual a grande novidade nisso? Temos que ter vergonha de viver? Esconder a idade, as vivências, os sorrisos, as lágrimas e as mudanças? Os medrosos sobrevivem. Os corajosos vivem.
Quando alguém me pergunta alguma coisa eu tenho o péssimo hábito de responder com sinceridade. Então aqui vai a minha resposta à leitora:
Se você não quer envelhecer existem duas possibilidades, a primeira é morrer e a segunda é apenas sobreviver, o que não deixa de ser uma espécie de morte.
Aos demais eu digo que admirem as suas sardas, suas rugas, suas manias, suas limitações, suas qualidades e diferenciais. Viva e abrace as mudanças com paixão. Delicie-se com as sua capacidade de se recriar e de ser um pouco Deus na exata medida em que transforma o mundo para melhor. Gargalhe com vontade até espremer os olhos e chorar de rir, que as rugas sejam fruto das suas emoções positivas. A morte é uma certeza para todos, mas viver não é para qualquer um. Seja sempre a sua melhor versão independente das circunstâncias e tenha certeza, a vida irá se apaixonar por você! ;-)
Lígia Guerra
Se você quiser contratar uma palestra para a sua empresa, acesse o meu site, conheça algumas propostas de temas e saiba quais clientes já agregaram o meu trabalho às suas organizações: www.ligiaguerra.com
Você aprecia filosofia, reflexão e poesia? Então sinta-se convidado a participar do meu blog pessoal, nele encontrará poesias da minha autoria e de outros escritores. Seja um seguidor :

http://ligiaguerra.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário